sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ar fresco

Uma boca capaz de retratar o blog do próprio com este desprendimento é certamente uma lufada de ar fresco:

Enfim. Talvez uma desratização [(...) da blogosfera(...)] fosse aconselhável. Mas desse modo também este lugar corria o risco de desaparecer, o que não seria mau de todo. Ou talvez não, porque ao fim e ao resto, isto nem é um blogue. Quanto muito, um desarranjo intestinal experimental.

Lido no blog Metafísica do Esquecimento.

Avaliação de desempenho - políticos e jornalistas

Se os Estado português, através dos seus órgãos representativos, Governo e Assembleia da República, viu necessidade de aprovar um Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração Pública que pelos vistos será de aplicação generalizada, temos de concluir que o próprio Estado se prepara para tornar a avaliação de desempenho numa alavanca do desenvolvimento do País (que em muito ultrapassará a singela avaliação de professores e médicos).
Não parece que seja despropositado por isso que essa avaliação de desempenho seja alargada a todo o universo do serviço público, designadamente à função política.
Dir-me-ão que os políticos vêem o seu desempenho automaticamente avaliado regularmente, nas várias eleições, mas nesse aspecto estou em desacordo: isso só seria verdade se o eleitorado tivesse como instrumento de apoio à decisão uma verdadeira e real avaliação do desempenho dos políticos que cessam um mandato e se propõem ser eleitos para novo mandato.
Por exemplo:
Das medidas mais emblemáticas dos programas dos governos e das autarquias locais, quantas e quais foram concretizadas e estão em funcionamento ?
Quantas não se concretizaram e porquê ?
Que implicações orçamentais tinha cada uma das medidas propostas ?
Que cobertura orçamental tinha cada uma das propostas ?
Que causas são apresentadas para a invariável explosão de custos relativamente a cada obra – sobrecustos que chegam aos 200 e 300% do cálculo inicial ?
Que despesas podem ser indicadas como desnecessárias ou menos necessárias na perspectiva que razoavelmente haveria à data das decisões que as aprovaram ?
Das leis e Decretos-Lei mais importantes, quais e quantos foram alvo de rectificações posteriores e que rectificações teriam sido desnecessárias se houvesse um pouco mais de qualidade na legislação inicialmente aprovada ?
Depois de uma verdadeira avaliação feita em moldes sérios e razoáveis, estou certo que as opções do eleitorado seriam bem diferentes.
É certo que nas democracias ocidentais conhecidas, essa avaliação de desempenho, que no fundo é um controlo de qualidade, é normalmente exercida pelos partidos políticos da oposição e pela imprensa escrita e audiovisual – mas isso não funciona em Portugal porque os partidos da oposição fazem uma fraca figura (e invariavelmente não cumprem o seu papel escrutinador) e porque os jornalistas portugueses precisam – eles próprios e urgentemente ! - de um sistema de controlo de qualidade do serviço que prestam.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Boys, assessores e aspones


Uma expressão brasileira em cuja formulação sintética reside um mundo de significado, para designar os meninos assessores dos vários poderes públicos, boys que não sabem nada de nada e nada fazem:
Aspone, Assessor de Porra Nenhuma.

Visto no blog Correio Preto.

Os brasileiros têm algumas geniais.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Silent guitar


Para o (a) cidadão(ã)que percorre a blogosfera procurando os preços das Silent Guitar, aqui vão umas dicas:

Tenho uma Silent de cordas de nylon e braço clássico que no mercado português custa entre 450 a 500 €.
Vi uma igualzinha à venda na Lismúsica, em Lisboa, não reparei no preço mas tenho a ideia de que estaria pelos valores que acima referi, pelo menos não me lembro de nenhuma disparidade para mais ou para menos relativamente àquilo que custou a minha.

A minha apreciação geral é a de que a viola é bastante boa e vale o que custa, ou seja, tem a qualidade que seria exigível em qualquer viola que custe o que ela custa: a escala é impecável, o som é cheio e regulável (tem duas posições de reverb num selector da própria viola.
Fiz-lhe apenas uma pequena alteração (que aliás já fiz em quase todas as violas que tenho): substituí-lhe o cavalete-pestana de cima por outra peça, feita de osso e um pouco mais baixa - trabalho artesanal feito em casa.
O resultado dessa operação é o de a escala ficar mais baixa, facilitando a manobra dos sons, em especial nas melodias em que os dedos têm de correr a escala com mais rapidez.
A viola é também especialmente oportuna naquelas ocasiões em que a família está a ver televisão e a mim me apetece tocar um bocado - enfio-lhe os auscultadores e passo a ouvir o que toco com toda a qualidade de som, em circuito fechado, isto é, cortando o som externo - toda a gente fica satisfeita, ninguém chateia ninguém e o guitarrista pode espraiar-se à vontade.
Em suma: para quem tenha as 500 brasas, vale a pena.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Blogs 2 – o anonimato

Um comentário de “Cheiro a Jasmim” ao meu anterior post sobre a blogosfera, suscita-me uma nova reflexão.
Nunca gostei do anonimato, que é muitas vezes o pai (e a mãe) das maiores pulhices que se podem dizer e fazer.
Mas concordo que ele tem que ser aceite por duas ordens de razões:
Por um lado, há situações de assédio ou que de alguma forma geram a extrema debilidade de uma das partes, em que a única forma de furar o bloqueio é a denúncia anónima.
Por outro lado, reconheço que se vai instalando uma cultura específica na blogosfera em que a designação de fantasia é a regra (eu próprio, ao assinar “100anos” estou a praticá-la), sem preconceitos e sem segundos sentidos – há uma real tentativa de troca de ideias com base exclusivamente no seu conteúdo e não já em função da identidade das pessoas que as vão veiculando, que é salutar e positiva.
Mas há o outro lado do anonimato: a multiplicação do insulto baixo, da boca soez, da simples grosseria, que sempre existiram (pois a blogosfera não inventou o anonimato) mas que agora são muito mais directos e contundentes, devido justamente à amplitude que a blogosfera lhes proporciona e devido ao aumento exponencial de utilizadores da net; é um sub-produto de qualquer debate generalizado que com a blogosfera ganhou nova e maior visibilidade.
Trata-se de gente que ultrapassou as barreiras de contenção e educação correntes na nossa sociedade e se “passou”, por alguma boa ou má razão, para uma dimensão em que já só dialoga com os outros à batatada, ao pontapé, ao insulto e à injúria; é gente muito radicalizada com quem é quase sempre impossível dialogar.
Aquilo que essa malta escreve nada tem a ver com aquilo que escrevem os comentadores de nomes fantasiosos já referidos e no entanto todos se integram na realidade blogosférica.
Na minha opinião, o que há a fazer é utilizar as mesmas ferramentas tecnológicas e rapidamente, sem piedade, suprimir os comentários abusivos, se eles ultrapassarem os limites que pré-definimos como aceitáveis.
Isso não é censura: é manter a casa limpa.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Barbárie blogosférica

Sobre o que é a blogosfera e que tipo de comunicação ela veicula, já se escreveram e estão a escrever teses de mestrado e doutoramento.

Creio que é que é necessário situar essa realidade no contexto.

E o contexto é o seguinte:

Há 10 anos não existia a blogosfera, existia a Web e o e-mail, que eram manobrados por protagonistas mais ou menos conhecedores, entusiastas e de boa fé.

Entretanto o número de pessoas ligadas à net cresceu exponencialmente e hoje há uma imensa multidão de internautas que são quase totalmente analfabetos em termos de net: não conhecem os perigos mais evidentes (vírus, intrusão, furto de identidade digital) e não têm a menor noção da “nettiquette” (aliás a própria “nettiquette” tem sofrido grandes evoluções, a meu ver, para pior, em função da massificação dos internautas analfabetos).

Entretanto apareceu a blogosfera.

Repare-se que nos primeiros anos para se fazer uma página na net era preciso saber fazer programação em “html”, o que restringia muito o número de protagonistas.

Com as ferramentas informáticas entretanto aparecidas, que tornaram numa operação facílima a conversão de textos para hipertextos (Word, Frontpage) e principalmente com o desenvolvimento da blogosfera, passou a ser possível a qualquer pessoa com um equipamento mínimo e quase sem conhecimentos especiais tornar-se protagonista principal.

A aldeia global, que era razoavelmente equilibrada e auto-regulada, passou a ser devassada por imensas hordas de cavernícolas.

Com o anonimato tido por coisa normal e até louvável, passou a chover peçonha e lixo por todos os lados.

Os últimos 5 anos foram assustadores: é raro apanhar uma página na net que não contenha umas quantas imbecilidades – contras as quais não há nada a fazer, pois derivam do baixo nível generalizado dos internautas e esse nível só poderá subir com poderosas alavancas culturais generalizadas.

Nada disso acontece por enquanto.

Creio que estamos numa fase de completa barbárie na Internet, mas essa barbárie poderá ser o princípio de qualquer coisa melhor.

Tous les garçons et les filles


Apercebo-me vagamente que há um(a) leitor(a) que já cá veio 2 vezes para tentar obter a letra da canção Tous les garçons et les filles da Françoise Hardy.
Aqui vai ela (não quero que falte nada aos leitores que se dão ao trabalho de visitar a este blog).

Tous les garçons et les filles
Françoise Hardy

Tous les garçons et les filles de mon âge
se promènent dans la rue deux par deux
tous les garçons et les filles de mon âge
savent bien ce que c'est d'être heureux
et les yeux dans les yeux et la main dans la main
ils s'en vont amoureux sans peur du lendemain
oui mais moi, je vais seule par les rues, l'âme en peine
oui mais moi, je vais seule, car personne ne m'aime

Mes jours comme mes nuits, sont en tous points pareils
sans joies et pleins d'ennuis,
personne ne murmure "je t'aime" à mon oreille

Tous les garçons et les filles de mon âge
font ensemble des projets d'avenir
tous les garçons et les filles de mon âge
savent très bien ce qu'aimer veut dire
et les yeux dans les yeux et la main dans la main
ils s'en vont amoureux sans peur du lendemain
oui mais moi, je vais seule par les rues, l'âme en peine
oui mais moi, je vais seule, car personne ne m'aime

Mes jours comme mes nuits sont en tous points pareils
sans joies et pleins d'ennuis oh! quand donc pour moi brillera le soleil?

Comme les garçons et les filles de mon âge connaîtrais-je
bientôt ce qu'est l'amour?
comme les garçons et les filles de mon âge je me
demande quand viendra le jour
où les yeux dans ses yeux et la main dans sa main
j'aurai le cœur heureux sans peur du lendemain
le jour où je n'aurai plus du tout l'âme en peine

le jour où moi aussi j'aurai quelqu'un qui m'aime

PS - se quiser ver a belle petite a cantar, voilá, cliquez ici.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A blogosfera está uma seca

Há os blogs que se comprazem em olhar para o blogger e os amigos.

Há os blogs que se dedicam à política pura e dura.

Há os blogs que se dedicam à pura maledicência.

Há os blogs onde o ódio pessoal a este ou àquele se sobrepõe a tudo o mais.

No meio deles lá se vão encontrando coisas de jeito, mas para isso é mister engolir toneladas de inutilidades.

Aumenta o lixo por todos os lados.

A blogosfera corre o risco de sufocar no meio de tanto lixo.

Isto está uma grandecíssima seca !

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Heterónimo

Apaguei um post que aqui tinha colocado, sobre o heterónimo.
Não sei se é vulgar, mas antipatizo solenemente com ele.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Desesperadamente carente


Estou desesperadamente carente de uma boa leitura.
Esgotei toda a literatura cá de casa.

Já reli uma data de livros.

Com este apetite louco de ler, marcha tudo, das publicações mais mesquinhas às obras mais galardoadas.
Estou sem imaginação.

Alguma alma caridosa me indica duas ou três obras literárias dignas desse nome que estejam à venda, possam ser lidas e não “esfolem” a carteira do leitor ?