segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Saramago Caim

Este senhor irrita-me.
Tem um problema qualquer com o divino e insiste em o partilhar com o mundo.
Não lhe passa pela caixa das micas que o mundo tem mais que fazer.
O que ele precisa é de comer umas tostas místicas e aquilo passa.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Violas - escala e tensão de cordas

Aqui há uns meses coloquei um post sobre o jeito certo de colocar o cavalete numa guitarra.
Esqueci-me de indicar uma variável importante: a espessura/tensão das cordas.
Aqui vai:
Uma viola “normal” ou corrente, em princípio não aguenta com cordas muito tensas (estou a falar de cordas de nylon, as de aço são para uma outra conversa), pois o braço tende a empenar se a tensão for muito forte – nessas violas o máximo de tensão de cordas será a média tensão.
Só as violas consideradas mesmo boas têm o braço em madeira muito dura e por isso aguentam cordas muito tensas sem empenar.
Quanto maior for a tensão, menor será a labilidade da vibração da corda e em consequência menor será a possibilidade de o som sair “de lata” (som de lata, costuma dizer-se, é o som meio estragado de uma corda que em vez de vibrar livremente, toca na escala).
É por isso que uma escala baixinha (em que a corda está muito perto da escala mas não dá “lata”, facilitando enormemente o trabalho do guitarrista) normalmente só se consegue em violas de alta qualidade.
Para exemplo do que vos digo sugiro uma visita aos sites das violas Alhambra (
http://www.alhambrasl.com/) e Esteve (http://www.guitarrasesteve.com/) – vejam as violas topo da gama e observem bem de que madeira são feitos os respectivos braços.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mercedes Sosa - Sólo le pido a Dios

Aqui está uma mulher autêntica, uma voz poderosa vinda dos confins da alma


Solo le pido a Dios
Mercedes Sosa

Solo le pido a Dios
que el dolor no me sea indiferente
que la reseca muerte no me encuentre
vacia y sola sin haber hecho lo suficiente.

Solo le pido a Dios
que lo injusto no me sea indiferente
que no me abofeteen la otra mejilla
después que una garra me araño la suerte.

Solo le pido a Dios
que la guerra no me sea indiferente
es un monstruo grande y pisa fuerte
toda la pobre inocencia de la gente.

Solo le pido a Dios
que el engano no me sea indiferente
si un traidor puede mas que unos cuantos
que esos cuantos no lo olviden facilmente.

Solo le pido a Dios
que el futuro no me sea indiferente
desgraciado es el que tiene que marchar
para vivir una cultura diferente

Solo le pido a Dios
que la guerra no me sea indiferente
es un monstruo grande y pisa fuerte
toda la pobre inocencia de la gente.

domingo, 4 de outubro de 2009

Insensatez


Insensatez
Tom Jobim

A insensatez
Que você fez
coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
o seu amor um amor
tão delicado
Ah porque você
foi fraco assim
assim tão desalmado
Ah, meu coração
quem nunca amou
não merece ser amado
SOLO
Vai meu coração
ouve a razão
usa só sinceridade
Quem semeia vento,
diz a razão,
colhe sempre tempestade
Vai meu coração
pede perdão
perdão apaixonado
Vai porque quem não
pede perdão
não é nunca perdoado

domingo, 27 de setembro de 2009

Sistema politico-eleitoral

Percentagens e mandatos de deputados com as regras actuais (método de Hondt):
PS - 36,56% - 96 deputados
PSD - 29,09% - 78 deputados
CDS - 10,46% - 21 deputados
BE - 9,85% - 16 deputados
CDU - 7,88% - 15 deputados
Se existisse o regime de proporcionalidade pura, em que o nº de mandatos corresponde exactamente à percentagem da votação, os resultados seriam os seguintes:
PS - 84 deputados
PSD - 67 deputados
CDS - 24 deputados
BE - 23 deputados
CDU - 18 deputados
Os pequenos partidos elegeriam um total de 7 a 10 deputados - o MRPP, com 0,9%, por exemplo, teria direito a 2 deputados.
Seria seguramente uma radiografia politico-eleitoral do País muito mais rigorosa do que a que resulta do sistema actual.

Deixem-se de tretas !

Votar não é um dever, cívico, político ou ético.
Votar é um direito.
É um direito que os cidadãos poderão exercer ou não, consoante a sua perspectiva da coisa pública.
Podem entender que este sistema político está tão caduco que não se justifica perder tempo a ir a uma secção de voto.
Ou podem entender que apesar de tudo vale a pena.
Ao fim de mais de uma dezena de anos de abstenção, desta feita resolvi votar.
Exerci um direito.
Não cumpri qualquer ónus ou encargo, não fui obrigado a cumprir uma obrigação.
Era o que faltava !

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Abstenção-Branco-Nulo

Em tempos de eleições fala-se muito contra abstencionistas e/ou contra os votantes brancos/nulos.
Nada mais errado.
O que me parece evidente é que o sistema político e eleitoral não responde com eficácia a todas as preocupações do eleitor.
Por exemplo, há muitos eleitores que não tendo simpatia a favor de nenhum dos concorrentes e tendo mesmo antipatia por todos eles em proporções mais ou menos iguais, mas não querendo deixar de participar na festa da democracia que são as eleições, acabam por votar em branco; ora o nosso sistema não só não valoriza os votos brancos, como os atira para um canto sem lhes dar a menor relevância.
Há também a questão da proporcionalidade dos votos e dos mandatos.
Pouca gente consegue compreender porque é que um partido que, por hipótese, tem apenas 45% dos votos expressos, consegue obter 52% dos mandatos; creio que é a altura de colocar as cartas na mesa e defender que deve haver um sistema de proporcionalidade pura – x% de votação deverá equivaler aos mesmos x% de deputados.
Dir-me-ão que tal método (o método de Hondt) foi pensando para criar governos estáveis, mas não creio que essa seja uma objecção válida; é que o alibi dos governos estáveis favorece inevitavelmente os maiores partidos e desfavorece os menores (só para terem uma ideia, nas últimas legislativas, em 2005, o PS teve 45,03% de votantes e obteve 52,60% de mandatos de deputado; o Bloco de Esquerda obteve 6,35% dos votos do eleitorado, mas não foi além dos 3,40% em número de deputados); isto é uma enorme entorse da democracia.
As leis eleitorais não têm que se preocupar em garantir governos estáveis, têm é que ter como preocupação máxima a criação de um Parlamento que traduza com rigor e exactidão as opções dos cidadãos votantes.
Traduzindo tudo isso para linguagem comum, o meu voto vale bastante mais se votar num dos grandes partidos, vale muito menos se votar num pequeno partido e não vale nada se votar branco ou nulo.
Nesse quadro, a pura e simples abstenção – por não se aceitar um sistema tão injusto – pode ser a opção mais lúcida.
Nessa perspectiva, só por ignorância se poderão acusar os abstencionistas de serem pouco democráticos ou de se estarem a marimbar para o regime.
Deverão, sim, ser responsabilizados os arquitectos do sistema politico-eleitoral por deixarem fora da opção válida de voto uns milhares muito largos de cidadãos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Gatinha tecnológica


A minha gatinha é uma apaixonada das tecnologias.
Adora computadores, teclados, entradas USB - cabos e fios eléctricos é com ela.
Estou para ver o dia em que ela avança com a patinha uma mensagem no teclado de um qualquer dos computadores cá de casa, dando conta do seu pensamento felino.
Desta vez, apanhei-a a sondar o estojo do portátil.
Eu já tinha visto que volta e meia o portátil aparecia cheio de pêlo de gato, mas só agora descobri o iter criminis.
Ela já lá curtiu umas belas sonecas, pela certa.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Domingos Lopes

É uma pena.
O Domingos Lopes é boa pessoa.
Jerónimo de Sousa também parece um tipo civilizado.
40 anos de militância querem dizer alguma coisa.
40 anos de militância com uma saída ruidosa querem dizer seguramente muita coisa.
É uma pena.
É por estas e por outras que há muito deixei de votar PC - nunca aprendem com o passado.
Eu bem gostava de uma alternativa sólida, à esquerda.
Paciência.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Antipatia profunda

Por expressões que se vão tornando cada vez mais vazias:
Recessão técnica
Empate técnico
Já repararam que o qualificativo de "técnico" nesses contextos acaba por significar falta de rigor e grande margem de erro, ou seja, exactamente o contrário do que devia ?

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Telefonema imaginário de Sócrates a Zapatero

- Está, oye Zapito, como vás tú ?
- …
- Quiero saber quien fue la grandecissima bestia que se há lembrado de armar la bronca da TVI.
- ...
- Sé mucho bien que huviera pedido medidas contra la Guedes, pero, hoda-se, no era para ahora, durante la campaña electoral.
- …
- Coño, me hoderan completamiente la puta de la campaña, no vés ?
- ...
- Bon, mandáme esse hijo de puta cavar para las minas de las Asturias a ver se el no fás más mierda.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Debates e Música

Francamente, prefiro tocar a minha viola, no decurso dos debates dos políticos.

Ponho a TV no "mute" e vai de dedilhar.

Música por música, prefiro a minha.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Rentrée e Ri-antré

Alguns rapazes e meninas da TV resolveram dar uma de cultura e vai de falar à francesa, da "rentrée".
Bon, mais le problème é que não sabem dizer a pequena palavrinha française e vai de aportuguesá-la, falando com desenvoltura sobre a "ri-antré".
Aquelas alminhas ainda "há-dem" chegar ao céu, banhadas na sua natural candura.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A gatinha que rosna


Tenho cá uma gatinha Tareca que volta e meia se esquece que é gata e... rosna.
Hoje ouvi-a mais uma vez rosnar e estabeleci um padrão: ela rosna quando algum gato aparece no nosso pátio.
Provavelmente é uma demonstração de territorialidade, mas é também um aviso ao dono e amigo - “está um gato estranho no pátio” !
A gatinha manifesta-se de várias formas, ora miando, ora gritando, ora rosnando.
Hoje já rosnou duas vezes – a gataria anda-me a rondar a porta provavelmente por causa do cheirinho do guisado de frango que está a apurar, que aliás também deixa a Tareca meio inebriada, principalmente porque sabe que decerto lhe calhará qualquer coisita em sorte.

Chiça, não exageremos

A subida de 0,3% da economia será sem dúvida um bom sinal, mas não é fundamento para conferências de imprensa primo-ministeriais com orgasmos múltiplos devido à “retoma” da economia.
Est modus in rebus.
O excesso de parolice também cansa.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Chefes & índios

Crónica de Manuel António Pina no JN, que se transcreve com a devida vénia (e um agradecimento ao Joshua - Palavrosaurus Rex - pelo link):

Não é nada que surpreenda no processo orwelliano que vem, a vários títulos, sendo a reforma da Administração Pública: soube-se ontem que, para o Governo e para a Reforma, todos os funcionários públicos são iguais mas uns são mais iguais que outros.
Assim, os funcionários (4 500, contas por baixo) que enxameiam os ministérios por nomeação política estão, ao contrário dos que chegaram aos cargos por mérito demonstrado em concurso público, isentos de avaliação de desempenho e podem progredir na carreira e no salário pelo ominoso método tantas vezes desancado pelo actual Governo: a idade e o tempo de serviço, isto é, basta-lhes deixar passar o tempo e envelhecer atrás das secretárias para serem promovidos. Segundo a Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), o Governo visa, desse modo, "premiar" as responsabilidades de chefia. Daí se concluirá que, sendo a não avaliação um "prémio" aos chefes nomeados politicamente, a avaliação é o "castigo" para os índios sem cartão partidário. E que, excepção atrás de excepção, a famosa reforma da Administração Pública se tornou uma coboiada.

domingo, 2 de agosto de 2009

Frases execráveis

Bom, isto é assim...
Eu volto a repetir.
Mudança de paradigma.
Isto é de uma importância fundamental.
Vocês há-dem ver que...
Do meu ponto de vista...
Empate técnico.
Governabilidade.
Partidos do “arco de governo”.
Partidos do “arco constitucional”.
A crise que a todos afecta... (há uns que dizem “a crise que a todos nos afecta”).
As portuguesas e os portugueses (dito por um certo político especialmente execrável isto soa a "as put'guesas e os put'gueses")...
"Prontes".
Vamos para a mesa que o comer está feito.
Proactividade.
Implementar.
Considero de que...
Responda ASAP, por favor - ou talvez please (contribuição de Funes).
E quando assim é... (contribuição de Saphou).
Proponho aliás a constituição de um "think tank" para analisar esta questão (contribuição de Ega).
Então
é assim... (contribuição de Maria - é uma variante do "bom, isto é assim", igualmente execrável, para não variar).

Nota: em actualização permanente - há tanto imbecil a debitar inanidades que desconfio que a lista vai crescer rapidamente.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A crise

A crise está realmente muito complicada, mas o maroto do gatinho exagera !

quinta-feira, 16 de julho de 2009

O jardim do disparate

AJJ teve mais uma ideia disparatada, embaraçando o PSD.
O PS diz que é inaceitável o silêncio do PSD sobre vontade de Jardim em ilegalizar comunismo.
A pequena política... como responder sem cair na pequenez da glosa socialista ?
Apenas dizer que a ajardinada personagem provavelmente comeu alguma coisa que lhe "caiu" mal...:):):)
Isto não é uma questão política - é apenas um défice de sais de frutos.
Levar a sério o que diz a personagem é elevar a azia à categoria de questão de Estado.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Inteligentsia



A “inteligentsia” que se deixa comprar não passa de uma “inteligência” sem memória, sem pudor e sem vergonha.

A falta de reacção pública por parte do PCP à deriva política do seu (ao que parece) militante, revela a dificuldade de os comunistas interagirem com a realidade.

Nesse domínio os seus dirigentes não são muito diferentes dos do PS.

Infelizmente.

O povo, em nome do qual todos falam, merecia mais e melhor.

terça-feira, 7 de julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Justiça pouco "célebre"

Autêntico.
Hoje de manhã ouvi no RCP um cidadão dizendo que a justiça portuguesa andava mal porque entre outras coisas era pouco "célebre".
Não contesto as afirmações do honrado cidadão, mas arrisco a opinião de que quem provavelmente vai ficar "célebre" é ele.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A transparência - 5 anos depois

Isto começa mal.
Portal para a transparência das obras públicas adjudicado sem concurso.

O mais significativo é que em final de legislatura é um contra senso uma iniciativa para a transparência da coisa pública.
Cheira por todos os lados a "golpada" - dá a ideia de que o governo está a espera de perder as eleições legislativas e se prepara para armadilhar o terreno ao governo que se lhe seguirá.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Estatísticas e falta de vergonha

Hoje fomos bombardeados pelas TVs muito felizes por um departamento qualquer europeu ter concluído que a sinistralidade automóvel desceu substancialmente em Portugal.
É um sucesso estatístico, nada mais.
De facto, nessa estatística entram aleatoriamente os mortos que acabam por falecer no hospital, ou melhor, muitos não chegam a entrar.
Explico:
Segundo o Instituto de Medicina Legal, o número de vítimas mortais da estrada é 40% superior às estatísticas apresentadas pelo governo. O não reconhecimento público deste morticínio só aproveita ao MAI, que assim não tem de se maçar a resolvê-lo. Os custos, esses, são pagos pelas famílias das vítimas e por todos nós, contribuintes e concidadãos.
O Governo prometeu que iria passar a contabilizar as vítimas mortais em 2010. Esperemos que sim. Entretanto, não devemos esquecer o seguinte:
Em 2001, o governo português, em vez de começar a fazer nessa altura o registo das vítimas a trinta dias, optou por alterar a forma de cálculo da taxa de agravamento para efeitos de comparação pelo Eurostat, reduzindo, através desta manobra de secretaria, o número calculado destas vítimas para metade (de 1.30 para 1.14). Mas a melhoria do socorro às vítimas da estrada tem levado a que a estabilização dos feridos muito graves prolongue os seus sinais vitais para além da chegada ao hospital, fazendo que o número de vítimas a trinta dias tenha aumentado em vez de diminuir:
- segundo o Instituto de Medicina Legal, estas representam 1.40 a nível nacional;
- segundo a Brigada de Investigação Criminal da PSP, estas representam 1.70 em Lisboa (compreende-se: o socorro é, claro, mais eficiente na capital do que em muitas zonas do país).
Prova, afinal, que não é boa ideia brincar à magia com os números da sinistralidade rodoviária.
Vide texto completo no site da Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados.

E esta ?
Depois de uma estória muito mal contada sobre o desaparecimento de uns milhares de desempregados nas estatísticas, agora assistimos ao desaparecimento estatístico dos mortos em acidentes de viação.
Continuamos sem saber exactamente quantas pessoas morreram em acidentes de automóvel, pois até com os mortos a central de propaganda governamental funciona.
Isto tem um nome: chama-se desonestidade.

sábado, 20 de junho de 2009

Desse ponto de vista...


Quando uma pessoa fala na TV para milhões de potenciais telespectadores deve tomar um mínimo de cuidado na forma como se exprime.
Este cidadão da foto, Luís Delgado de seu nome, acaba de dizer num programa da SIC umas 30.000 vezes a expressão "desse ponto de vista" que obviamente não tinha ponto de vista nenhum.
Desse ponto de vista eu acho que ele perdeu uma boa ocasião de estar calado.
Desse, ou de qualquer outro ponto de vista.

A loira do regime


É sabido que as pessoas têm tendência a esconjurar os seus pecados e a acusar os outros daquilo que pensam ser os seus próprios piores defeitos.
É por isso que o ladrão passa a vida a clamar que foi roubado e que o vigarista garante repetidamente que foi enganado.

Quando Luís Filipe Menezes afirma que Pacheco Pereira é a loira do regime, ele revela a sua insegurança - o seu problema maior é ser considerado estúpido (que aliás não é) - vai daí imputa aos cidadãos que detesta os defeitos que compõem os seus piores pesadelos.

Insinuar que Pacheco Pereira é pouco inteligente é de uma indigência mental que até dói.

Este homem está a precisar de umas consultas de psicanálise - não sendo estúpido, comporta-se como tal.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

As aventuras da Tareca (2)


A Tareca era uma gatinha minúscula, era difícil reconhecer personalidade e individualidade àquela coisita tão pequena.
Um dia fez uma asneira qualquer e eu desatei a ralhar com ela.
Qual não é o meu espanto quando a gatinha se vira para mim e me dá uma espécie de rosnadela, que devidamente traduzida significaria “vai chatear o Camões” !
Foi quando eu compreendi que a Tareca tinha mau feitio.
Mais ou menos por essa altura compreendi outra coisa: quando a gatinha fazia disparate grosso, a primeira coisa que fazia era raspar-se que nem um relâmpago.
Um dia apercebi-me de um rasto cinzento que parecia voar baixinho – logo a seguir ouvi o barulho de uma cadeira a cair – tinha sido a Tareca que se empoleirou numa cadeira, mas na cadeira estava pendurado um casaco pesado, alterando drasticamente o seu centro de gravidade – logo que se apercebeu que a cadeira ia cair, a gatinha pisgou-se com a velocidade de um raio e já estava noutro sítio qualquer no momento da queda.
Hoje, com cerca de 7 anos, a gatinha Tareca é uma adulta, ainda meio desvairada mas já com uma noção da sensatez de uma felina que se respeita.

As aventuras da Tareca





A Tareca é uma gatinha tigrada muito personalizada que um dia me apareceu em casa, ao colo do meu filhote – na altura era uma gatinha bébé e ficou “à experiência” depois de uma difícil negociação com os poderes constituídos.

Nunca gostei especialmente de gatos, mas a gatinha minúscula (menos de um palmo de comprimento) encarregou-se rapidamente de conquistar o seu espaço e, de caminho, de nos conquistar a todos, com as suas momices, tonterias, correrias – e um ronronar sonoro e incongruente com um corpinho tão pequeno.

Aqui estão duas fotografias de sua excelência.

Tenciono ir contando alguns episódios tarequianos à medida que o tempo e o engenho me permitirem.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Gota de Ran Tan Plan





Um blog muito interessante, onde se fala de gatos e de afectos, entre outras coisas igualmente interessantes – a Gota de Ran Tan Plan.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Abstenção – um pouco de respeito, se faz favor

Está-me a “incomodar a molécula” a forma desrespeitosa como a abstenção eleitoral tem vindo a ser encarada.

Alguns patetas alegres culpam os eleitores abstencionistas e cobrem-nos de processos de intenções, começando, naturalmente, pela violação dos deveres cívicos.

Vamos lá assentar uma ou duas ideias:

Em democracia o eleitor tem sempre razão.

Se o eleitor não quer votar, a “culpa” é do sistema político que não lhe diz nada ou lhe diz muito pouco – é, em última análise, da classe política que não soube criar um sistema apelativo ou que deixou o sistema abastardar-se de tal forma que uma grossa fatia dos eleitores nem lhe dá confiança sequer para ir votar branco.

Quando um governo deixa uma série de portugueses na penúria (agricultores, por exemplo), alegando que não há dinheiro, mas depois rapidamente desencanta uns milhares de milhões de euros para salvar um Banco da bancarrota, está tudo dito sobre as prioridades dessa gente.

Quando um partido se candidata a eleições legislativas prometendo um referendo sobre a Europa mas depois olimpicamente defende que não deve haver referendo porque os eleitores não percebem os tratados internacionais, está tudo explicado sobre a seriedade e honorabilidade desses tipos.

Quando um parlamento composto por mais de 300 deputados aprova uma lei iníqua de financiamento partidário com 1 abstenção e 1 voto contra, começa a compreender-se o que é que os faz correr – e não são seguramente preocupações com as pessoas.

Portanto, das duas uma: ou a classe política assume mais honestidade e seriedade na política, ou a abstenção há-de chegar aos 90%.

Ou a comunicação social deixa de confundir informação com propaganda ou as pessoas deixam de ler jornais – continuam a ver telejornais em jeito de quem vê filmes de terror, mas estão-se nas tintas para a informação que já sabem que está viciada à partida.

As pessoas interessam-se pelas coisas que para elas têm um significado – se a política se torna num jogo de manobras, numa série de golpes publicitários, torna-se igual a um sabonete ou a um desodorizante mais ou menos publicitado – vale zero.

Procurem aí as causas da abstenção.

E façam o favor de respeitar os abstencionistas – podem começar por actualizar os cadernos eleitorais, para acabar com a abstenção fantasma.

domingo, 14 de junho de 2009

Certificação de “software”

Parece que o Ministério das Obras Públicas exige para os seus sistemas informáticos a certificação de “software”.
Seria conveniente que o titular da justiça (caso exista) pergunte ao seu colega das obras públicas afinal de contas o que é isso da certificação de “software”.
Adenda:
Convinha que o titular da pasta da justiça (caso exista) compreenda que:
A certificação de software não é uma cabala ou campanha negra inventada para denegrir o bem imaginado e valoroso software “Habilus” e “Citius” criado pelo ministério da justiça.
A certificação de software não visa abater o PS ou caluniar Sócrates.
A certificação de software é, como o nome indica, um sistema de certificar a qualidade, segurança e fiabilidade de um sistema informático, com vista a garantir a sua utilização plena e eficaz durante um lapso de tempo pré determinado.
Nunca, mas nunca por nunca, na administração pública poderá ser adoptado um sistema informático que não tenha sido alvo de uma certificação de software, única forma de conferir credibilidade ao sistema e gerar confiança nos utilizadores – e isto vale por maioria de razão na área da justiça onde as situações submetidas a segredo de justiça ou a dever de reserva se colocam diariamente, a cada passo.
Na Europa e nos Estados Unidos, no Canadá e no Brasil, na Austrália e na Nova Zelândia, nunca é adoptado um sistema informático de dimensão média ou grande, público ou privado, sem que o respectivo software seja submetido a um processo de certificação.
Se mesmo assim ainda tem dúvidas, faça de o obséquio de ler o que segue:
e de ler

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sindicatos e política

Fico varado quando vejo responsáveis políticos censurarem com indignação os sindicatos pelo facto de eles "fazerem política".
Mas o que é que eles pensam que os sindicatos deviam fazer ?
Crochet ?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Índice do situacionismo

Pacheco Pereira tem inteira razão no que diz aqui:

A questão do situacionismo não é de conspiração, é de respiração.
E, nalguns casos, de respiração assistida.

A RTP deu hoje às 13 horas um bom exemplo da importância que o "serviço público" dá a um acto político importante numa democracia - as eleições. Anunciou o seu telejornal das 13 horas com uma grande notícia: o despedimento do treinador do Benfica. Depois abriu com as eleições e, em 19 minutos, passou rapidamente pelos resultados nacionais, e detalhadamente pelos resultados internacionais. Compreende-se quando há um jornalista que diz que "os resultados em Portugal são um espelho da Europa", uma variante da culpa é da crise internacional. Em contraste com este "serviço público" muito especial, a TVI deu 22 minutos de eleições e a SIC 30 minutos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sistema político caduco

O actual sistema político está completamente caduco e ultrapassado.
Só assim se explica que numa eleição nacional vote apenas cerca de 1/3 do eleitorado.
Vejam-se estes números relativos às eleições de 7 de Junho de 2009:
Inscritos - 9.604.744
Votantes - 3.557.264 - 37,04
Abstenção - 6.047.480 - 62,96%
PSD - 1.127.128 - 31,7% (11,73% do total do eleitorado)
PS - 945.368 - 26,58% (9,84% do total do eleitorado)
BE - 381.791 - 10,73%
CDU - 379.290 - 10,66%
CDS - 297.823 - 8,37%
Brancos - 164.831 - 4,63%
Nulos - 71.136 - 2%
Outros (pequenos partidos) - 189.879 – 5,33%
Isto significa que a brilhante vitória do PSD contou com o apoio expresso de... 11,73% do eleitorado e que a votação no PS representa 9,84% do eleitorado, só para referir os números mais expressivos.
Ora um sistema político que se contenta com maiorias parlamentares representando 10 e 11% do eleitorado já não é um sistema, é uma ruína irónica que custa levar a sério.
Para quando uma reforma do sistema político, senhores políticos ?
Já compreenderam que começa a ser difícil serem levados a sério ?

Extrema esquerda

Dizer que o PCP é “extrema esquerda” é o mesmo que dizer que o Sahara é um jardim florido.
Mas compreende-se: para quem acredita que o PS, com o seu neo-liberalismo convergente/conivente com a alta finança, é “de esquerda”, tudo é possível – a mim, que vi há dias um porco a andar de bicicleta, já nada me espanta.

Frases chave da votação de ontem

A propaganda já não é o que era.
A arrogância é uma pele que se veste depressa mas custa muito a despir.
Os portugueses estão cada vez mais obtusos – já nem acreditam no zèzito.
Quando as sondagens são fretes o despertar é duro como cornos.
Vital para a Europa – ! Menos um emplastro por cá.
Uma ministra da educação sem educação é um estropício sem avaliação.
Malhar por malhar, antes no Santos Silva, que é dado a essas coisas.
Um Vital pequenino é um Vitalino, um Vitalino grande é um “roubalheira”.
As candidatas fantasma são um verdadeiro miasma.
Queres maioria absoluta ? Toma !
Telefonar ao "gajo" a dar os parabéns ? Nem morto !

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Perguntas estúpidas


Depois de ouvir tantas perguntas e tantas respostas estúpidas no decurso da campanha eleitoral, agora estou a reflectir...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Morais Sarmento vs. Santos Silva



Hoje tive um momento de tentação - deixei o programa de TV ficar quieto quando me apareceu mais um frente a frente Morais Sarmento/Santos Silva. Para mim é evidente a superioridade sempre reiterada de Morais Sarmento - bem preparado, com um discurso estruturado, coerente e claro, educado, em contraste com um Santos Silva crispado recitando cassettes ingurgitadas à pressa. Estive a ver.
Morais Sarmento continua bem preparado, com um discurso estruturado, coerente, claro e educado.

Santos Silva continua um leitor de cassettes crispado e sempre com uma perninha a fugir para a chicana.

Nada de novo, portanto.
Siga a marinha.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Patético


A tentativa de “colar” Cavaco Silva ao escândalo do BPN é infantil e chega a ser patética.
Trata-se de “artilharia pesada” e a ordem só pode ter vindo de “cima”.
Estas eleições – e as próximas, seguramente – tresandam a lodo.
É seguramente um bom motivo para Cavaco repensar a "cooperação institucional".

sábado, 30 de maio de 2009

Todos contra todos

Pôr todos contra todos é uma singular forma de fazer política, que no passado teve os seus seguidores no PSD mas que o actual PS elevou ao primeiro plano e transformou na sua principal estratégia.
Sempre que alguém protesta por esta ou aquela medida sectorial o PS clama que está a defender o interesse geral e não aceita críticas sectoriais.
Fatiando a sociedade em “corporações” e atacando cada uma à vez, este PS tenta dividir para reinar: põe pais e alunos contra professores, professores contra alunos, juízes contra advogados, advogados contra juízes, médicos contra enfermeiros e enfermeiros contra administrações hospitalares, etc.
Por isso só posso estar de acordo e aplaudir de pé a opinião do filósofo José Gil, que diz que o ministério (da educação) "virou todos contra todos".

Esta gente governa em cizania, procurando aprofundar as clivagens sociais para delas tirar melhor partido, deixando tudo em cacos, quando um governo a sério procuraria esbater diferenças e alcançar consensos.
Há anos que compreendi isso.
A minha esperança é que por alturas das próximas eleições muito mais gente o tenha também compreendido.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A peixeirada

Chegámos a isto.

Já vi escrito na blogosfera que na polémica entre Manuela Moura Guedes e Marinho Pinto ontem na TVI houve um empate técnico.
Talvez.
Mas foi um empate a um nível baixíssimo – não é normal os jornalistas descerem ao nível peixeiroso de MMG nem é normal o Bastonário da Ordem dos Advogados desatar a berrar e zurzir violentamente o interlocutor em jeito comicieiro, à frente das câmaras.
MMGuedes é uma senhora irritante, porque é arrogante e superficial, sobranceira e roçando a grosseria para com os seus convidados/vítimas – isso naturalmente granjeou-lhe uma multiplicidade de animosidades e antipatias.
Apertado por tal entrevistadora, Marinho mudou o registo/guião e sem responder às suas perguntas (aliás bastante incómodas, mas formuladas no jeito irritante de MMG) passou ao ataque com um discurso estruturado e claramente preparado para o efeito, violento, agressivo, contundente e mesmo ameaçador (“V. viola constantemente as regras de deontologia jornalística, que eu aliás desconfio que nem conhece...”).
Com tal atitude ganhou a simpatia da malta que odeia a Guedes.
Mas pode muito bem ter perdido a Ordem dos Advogados.
Estou convencido que os advogados em geral se sentiriam mais confortáveis com um Bastonário que fosse e se comportasse como “um senhor” - um António Pires de Lima, um Ângelo Almeida Ribeiro, um Mário Raposo – seria impensável que qualquer deles fosse para a TV vociferar e berrar daquela forma e naquele contexto.
Com certeza que haverá na advocacia quem goste do estilo de Marinho, mas acredito sem reservas que uma grande maioria dos advogados portugueses não gostou do que viu na TV.

Adenda: se MMG e marido processaram José Sócrates pelo que ele disse do programa da primeira na TVI, pergunta-se o que irão fazer agora, que ouviram de Marinho considerações no mesmo sentido mas substancialmente mais violentas e contundentes; vão processar o Bastonário ?

O cérebro

É uma coisa extraordinária.
Todas as pessoas deviam ter um...
Oscar Wilde

Se a estupidez pagasse imposto

Os apresentadores de TV e Rádio que em vez de dizerem "Eurojust" dizem "Eurodjâst" à inglesa, coitados, estavam todos carimbados.
Todinhos.
Tadinhos...

Delito de opinião

Há bocado vi no Delito de Opinião uma referência de que a chamada de Vital Moreira pelo PS às eleições europeias era uma espécie de balão de ensaio sobre a sua eventual futura candidatura à presidência da república.
Estive 10 minutos seguidos a rir.
Depois de ter visto ontem a autêntica goleada que Paulo Rangel lhe inflingiu na TV24, só mesmo para rir, não desfazendo...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Acredite se quiser

Acredite se quiser

Notícias surpreendentes lá de fora: o primeiro-ministro belga, Yves Leterme, propôs hoje (19/12/08) a demissão de todo o Governo, na sequência de acusações de alegadas (alegadas, imagine-se!) pressões sobre a justiça. Leterme nega qualquer pressão sobre o poder judiciário e apenas admite ter feito "contactos"; Michael Martin, presidente da Câmara dos Comuns, anunciou hoje (19/05/09) a demissão, após acusações de alegadamente (alegadamente, pasme-se) ter consentido alegados (só alegados) abusos nas despesas de representação de alguns deputados; dois membros da Câmara dos Lordes foram hoje (20/05/09) suspensos (suspensos, a democracia inglesa está maluca!) por alegadamente (outra vez só alegadamente) terem aceitado dinheiro para votar projectos de lei.
Nenhum deles foi, pasme-se de novo, condenado por sentença transitada em julgado, e mesmo assim, pasme-se ainda mais, tiraram consequências políticas de alegações fundamentadas que os visavam. Então e aquela coisa da "presunção de inocência"? As democracias belga e inglesa têm que comer muita papa Maizena para chegarem aos calcanhares da nossa...
Crónica de Manuel António Pina no Jornal de Notícias, que reproduzo com vénia.

Está lapidar.
O meu agradecimento ao
José, da Porta da Loja, por ter chamado a atenção para este excelente texto.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Quando eles começam a dizer...

Que estão de consciência tranquila, aí é que eu começo a desconfiar.

Obrigado a Funes, pela dica.

Parlamentar/para lamentar

Na Grã Bretanha ocorreu um escândalo por se ter apurado que alguns deputados fizeram despesas inadequadas a serem pagas por dinheiro público; o resultado foi o presidente do Parlamento demitir-se.
Em Portugal ocorreu uma vez um escândalo: apurou-se que meia Assembleia da República tinha feito viagens indevidas, pagas pelo erário público; o resultado foi os papéis onde essas viagens estavam registadas terem sido destruídos.
É essa a diferença entre um regime parlamentar e um regime para lamentar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Eurojust

Cada vez compreendo menos.
Creio que o Eurojust é um sistema europeu de coordenação de investigações transnacionais, em que estão envolvidos dois ou mais Estados membros da União Europeia.
Assim sendo, parecem não subsistir dúvidas de que as investigações do caso Freeport passam pelo Eurojust, pois há investigações conexas de autoridades portuguesas e autoridades britânicas sobre o mesmo caso, envolvendo as mesmas testemunhas e relacionadas com factos conexos.
Lopes da Mota, o Procurador Geral Adjunto contra o qual foi agora instaurado processo disciplinar por suspeita de pressões ilícitas sobre os investigadores, trabalha justamente no Eurojust, do qual aliás é presidente e onde é suposto ter uma enorme margem de manobra.
A sua manutenção em tal cargo parece, pois, insustentável, dado que não pode trabalhar em processos onde está impedido, uma vez que está directa e pessoalmente interessado nesses processos.
Estará sempre posta em causa a sua isenção, seja qual for a decisão que tome no âmbito de tal processo, por mais insignificante que seja.
É previsível que os arguidos do processo levantem a questão, logo que algum dos seus trâmites passe pelo Eurojust.
Assim, o afastamento do Dr. Lopes da Mota do Eurojust é de elementar bom senso.
Nessas condições, mantê-lo em funções por razões políticas ou por receio de exploração mediática é, além de um sacrifício injusto e violento que lhe está a ser exigido, de uma profunda e lamentável falta de sensatez.
A não ser que o Eurojust não sirva para nada de realmente importante – se assim for, já cá não está quem falou.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Damage control

Estava-se a ver.

A situação de Lopes da Mota no Eurojust é uma fonte de problemas para o PS.

Torna-se inadiável a sua saída, como esta tirada de Vital Moreira (o tal que é o rosto visível do PS) bem demonstra:

“...Se estivesse naquele lugar, mas não quero julgar ninguém, eu, porventura, pediria suspensão de funções enquanto o processo disciplinar decorresse”.

Chama-se a isto "Damage control".

Lopes da Mota tem os dias contados no Eurojust.

terça-feira, 12 de maio de 2009

domingo, 10 de maio de 2009

Só deu o nome !


É pena.
Elisa Ferreira tem um passado de rigor e qualidade que é fortemente fustigado por porcarias destas - devia pensar duas vezes antes de alinhar nelas e pensar três vezes antes de ter a distinta lata de o reconhecer publicamente.
Dir-se-ia que já está convencida que vai perder as eleições - quer as europeias, quer as autárquicas - e anda às voltas com a questão de escolher o mal menor.
Adenda: Elisa Ferreira soma e segue no caminho directo para a asneira - “Pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS” ... disse ela, em campanha eleitoral.
O dinheiro é do Estado, é do PS ???
Elisa tende a transformar-se no maior trunfo eleitoral... do PSD.
2ª Adenda: lido na Sábado, onde cheguei através do 31 da Armada:
"O que mais impressiona é constatar que este deslize de Elisa Ferreira é um retrato fiel do que tem sido o Governo do PS; o dinheiro é do Estado, o Estado é do PS e, por conseguinte, o dinheiro do Estado é do PS."
Eu acho que isto é mais do que um lapsus linguae: é a face real de uma certa filosofia do Estado, do partido e do poder, onde o poder está em 1º lugar, o partido em 2º e só em 3º lugar vem o Estado.

Para ser franco...


Falando francamente, acho que prefiro ouvir o segundo.

sábado, 9 de maio de 2009

PS e PSD com votação igual

Sondagem eleições eurpeias em 9 de Maio/2009:

O PS atinge os 33,1%, o PSD sobre aos 32,9%, como esclarece o blog Margens de Erro.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O stress da Ordem

Isto vai cá um stress na Ordem dos Advogados !...
Dei-me ao trabalho de ouvir diversas intervenções de advogados no decurso da assembleia geral de Abril/2009, onde foram rejeitadas as contas apresentadas pelo Bastonário e pelo Conselho Geral relativas a 2008.
As intervenções podem ser ouvidas aqui.

Sem querer ser catastrofista, eu diria que me parece que a Ordem está a dar as últimas, estando prestes a ser totalmente descaracterizada pela supressão dos Conselhos Distritais.
Mas o pior é que da AG ressalta com clareza que uma guerra mortal começou e que ela só vai acabar quando um dos contendores der a alma ao criador.
De um lado está a advocacia tradicional, com nomes consagrados.
Do outro lado está o Bastonário Marinho Pinto legitimado por uma eleição, que alegadamente terá atrás de si os apoiantes advogados chamados de “descamisados”.
A OA que sempre teve um pendor agregador e abrangente, começa a sofrer lógicas de exclusão típicas das estruturas sindicais, perdendo acentuadamente o seu carácter de pessoa colectiva pública e salientando-se enormemente a sua vertente para-sindical.
Creio ser necessária uma reflexão global e estratégica sobre o fenómeno associativo forense, para se chegar a uma conclusão que me parece crucial: justifica-se, nos tempos que correm, a existência de Ordens profissionais como as que actualmente estão no terreno, com as funções reguladoras e formativas que têm vindo a assumir ?

Perguntas de resposta difícil

Facto: o défice orçamental vai chegar este ano a 7% e será necessário descê-lo nos próximos anos, para manter critérios de convergência europeus.
Como é que tencionam alcançar tal objectivo ?
Aumentando os impostos ?
Baixando a despesa ?
Baixando a despesa como ?
Cortando nos salários dos funcionários ?
Cortando nas despesas da administração central ?
Quais ? Como ? Qual a calendarização dessas intenções, quando é que vai acontecer o quê ?
Que obras públicas vão avançar e quando ? Que obras previstas acabam por não avançar ?
Refiro-me ao aeroporto de Lisboa, ao TGV, às auto-estradas e SCUTs, e a toda a realidade envolvente.
Refiro-me a toda e qualquer obra de dimensão média em qualquer parte do País, seja da responsabilidade da administração central, seja da responsabilidade das autarquias ou das administrações regionais.
Até agora não vi um único político a falar destes assuntos – falam de coisas mais importantes, como a vital ofensa ou a farinha maizena, mas a estas minudências que ditarão o nosso futuro não dão cavaco.

Disponíveis para alterar a lei

Estão disponíveis porque ficaram surpreendidos com a reacção escandalizada de uma boa parte dos opinion makers (blogosfera incluída) ao regabofe do financiamento partidário que aprovaram.
E estão receosos de que a divulgação do caso cheire a esturro às pessoas em geral.
Não esperavam que a questão tivesse divulgação e não anteciparam o assado em que se meteram.
Mas o que retenho é mais uma vez uma realidade triste: eles não estão disponíveis para alterar a lei por ela ser uma pouca vergonha; eles dispõem-se a alterar a lei porque a que aprovaram dá “mau aspecto” e especialmente em tempos de eleições isso é de evitar ao máximo.
O que faz legitimamente recear que amanhã, se detectarem que está toda a gente distraída, são capazes de aprovar leis tão más ou piores do que esta.
É isto que mais chateia: esta malta da política não aprende, comete repetidamente os mesmos erros e repetidamente tenta emendá-los da pior maneira, abrindo caminho para os voltar a cometer na primeira oportunidade.
É por estas e por outras que deixei de votar: é que nem sequer lhes dou confiança para ir lá botar o voto em branco – não voto porque essa rapaziada não merece que eu saia de casa ou desista de uma tarde na praia, nem sequer para votar em branco.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Ponte Europa

É um orgulho e um privilégio ser cidadão (pagante, contribuinte líquido) nesta terra !

Palavras caras e alentejanos

Andando pela rua soalheira e airosa, o estrangeiro de Lisboa aproximou-se do alentejano e perguntou "ó amigo, sabe onde posso encontrar um nefelibata ?"
"Na cêii", respondeu o autóctone, "aqui nesta rua só há teratologistas".

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Peço desculpa por ter pedido desculpa...

Isto começa a parecer a versão partidária com 40 anos de atraso do antigo e celebrado "Peço desculpa por ter pedido desculpa" atribuído a Américo Tomás.
Então, e já agora, ninguém pede desculpa ao respeitável publicozinho, por aturar esta "pessegada" ?

domingo, 3 de maio de 2009

Abraça-me bem


ABRAÇA-ME BEM
Mafalda Veiga

Levantas o teu corpo cansado do chão
Afastas esse peso que te esmaga o coração
Abres uma janela e perguntas-te quem és
Respiras mais fundo e enfrentas o mundo de pé
Eu venho de tão longe e procuro há mil anos por ti
Estendo a minha mão até te sentir
Não sabemos nada do que somos nós
Mas sabemos tanto do que muda por não estarmos sós
Abraça-me bem
Levantas os teus olhos para me olhar assim
Procuras cá dentro onde me escondi
E eu tenho medo, confesso, de dar
O mundo onde guardo tudo o que mais quis salvar
Tu dizes que não há outra forma de ficarmos perto
Não há como saber se o caminho é o certo
Só pode voar quem arriscar cair
Só se pode dar quem arriscar sentir
Abraça-me bem

sábado, 2 de maio de 2009

Feira do Livro de Lisboa


Fui lá hoje.
Ir a uma feira do livro num Sábado à tarde não é grande ideia, mas acabei por me sentir bem, não houve enchente a sério.
Os caminhos do livro são cada vez mais estreitos, à medida que vai alargando a “banda”, já de si “larga”, da rede das redes...
Não é que não estivessem muitas e desvairadas gentes na feira.
Estavam.
Mas a sensação com que fico é que a estas coisas vamos sempre os mesmos – e talvez cada vez menos, porque os que “quinam” nas esquinas da vida são em número superior aos novos aderentes das delícias da leitura.
Eu, como leitor compulsivo de livros, não resisto à tentação de pôr a manápula numa série de livros a quase metade do preço de tabela (os livros que normalmente custam 20 € estavam a 10 ou 12, mais coisa menos coisa).
Comprei vários livros do Amin Maalouf, do Fernando Campos e do meu querido e sempre venerado Conan Doyle.
Não comprei nem um único livro técnico – nem olhei para as bancas respectivas, o que, confesso, me deu um certo e secreto gozo.
Das minhas incursões nos novos livros darei notícia futuramente, se for caso disso.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dinheiro vivo


De como os partidos políticos conseguem transformar um país que já foi de gente séria numa república de opereta.
No fundo, o que é preciso é que o carcanhol não falte na maleta.
João Miranda, do Blasfémias, diz - e muito bem - que
"Se eu tiver 1 milhão de euros e disser que foi o Jacinto Leite Capelo Rego que me deu, é enriquecimento ilícito.
Se um partido político tiver 1 milhão de euros e disser que foi o Jacinto Leite Capelo Rego que o deu,
é um caso de cidadania."

Gata


Gatinha com ideias luminosas

(clique na imagem para a ver em grande)

As virgens experimentadas

Uma vez perguntaram a uma rapariga se ela era virgem e ela respondeu, depois de alguma reflexão, que era uma “virgem experimentada”.
É essa figura que me lembram os deputados da nação que falam em “transparência” a propósito das novas oportunidades de “dinheiro vivo” a entrar para os partidos, consagrada na recentemente aprovada lei do financiamento dos partidos.
É realmente o que eles são – umas virgens “experimentadas”.
Todos eles, com uma única e honrosa excepção – o deputado José António Seguro.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

1º de Maio

Viva o dia internacional dos trabalhadores !
De caminho, venha daí algum "dinheiro vivo" para a gente preparar condignamente a efemérida, perdão, a efeméride.

Nova lei do financiamento dos partidos





É com dinheiro vivo que "elas" se fazem.

Cheques, transferências bancárias ou depósitos em conta deixam sempre muito rasto.

Se o dinheiro for de proveniência duvidosa deve ser vivinho da silva.

E eu estou varado com a "lata" dos políticos - é que têm um desplante que deixam um tipo engasgado.
É por estas e por outras que há muito que não voto em eleição nenhuma.

sábado, 25 de abril de 2009

26 de Abril

Pela primeira vez nos últimos 35 anos não celebrei o 25 de Abril.
Sinto-me demasiado desencantado, enganado e indignado com o regime democrático.
Claro que o 25 de Abril valeu a pena apesar de tudo, mas, que diabo, 35 anos depois isso é muito pouco.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Valem zero


Esta gente leva-se muito a sério.
Nós, europeus ???
Então e... nós, tachistas, nós, vígaros da alta finança, nós, políticos que os protegemos, nós, portugueses que apertaram o cinto para nada, nós, afogados em processos de corrupção ?...
Então se eles é que são europeus, os dos outros partidos são o quê ?
Estrangeiros, alienígenas, extra-terrestres ?
Palavras balofas, cheias de vento, procura-se-lhes um significado, um conteúdo útil - e nada.
Não se vê um projecto, não se vislumbra uma estratégia, não se percebe rigorosamente nada das suas ideias sobre a Europa.
Valem zero.

El Mojado

O Molhado - é um hino lindíssimo contra o racismo e os nacionalismos autoritários.
Absolutamente imprescindível de ouvir e seguir a letra.



El Mojado(?)
Empacó un par de camisas, un sombrero,su vocación de aventurero, seis consejos,7 fotos, mil recuerdos,
empacó sus ganas de quedarse,su condición de trasformarseen el hombre que soñó y no ha logrado,
dijo adiós con una mueca disfrazadade sonrisa y le suplicó a su Dios crucificadoen la repisa el resguardo de los suyos,
y perforó la frontera como pudo.
Si la luna suave se deslizapor cualquier cornisa sin permiso alguno, por qué el mojado precisacomprobar con visas que no es de Neptuno.
El mojado tiene ganas de secarse,el mojado está mojadopor las lágrimas que bota la nostalgia;
el mojado,el indocumentado, carga el bultoque legal no cargaríani obligado
el suplicio de un papello ha convertido en fugitivo,y no es de aquí, porque su nombreno aparece en los archivos,ni es de allá porque se fue.
Si la luna suave se desliza por cualquier cornisasin permiso alguno, por qué el mojado precisa comprobar con visas que no es de Neptuno.
Mojado sabe a mentira,tu verdad sabe a tristeza,la ansiedad de ver un primo y soñar con la veredaque conduce hasta tu casa.
Mojado,mojado de tanto llorar, sabiendoque en algún lugar te espera un beso, haciendo pausa desde el dia que te marchaste.
Si la luna suave se desliza por cualquier cornisasin permiso alguno, por qué el mojado precisa comprobarcon visas que no es de Neptuno.
Si la visa universal se extiende el dia en que nacemosy caduca en la muerte, por qué te persiguen, mojado,si el cónsul de los cielos ya te dio permiso.