sábado, 28 de agosto de 2010

Raposo, mas pouco - é mas é Burro

Nem de propósito.

Tinha acabado de comprar o Expresso quando deparei com este post do José da Porta da Loja e fui ler a crónica do tal Raposo.

É difícil juntar um tal chorrilho de lugares comuns ao nível do mais popularucho – o sr. Raposo conseguiu demonstrar que além de não perceber realmente nada do assunto (no que aliás está bem acompanhado – vide crónica de Sarsfield Cabral que ultimamente comentámos), está repleto de certezas cuja existência radica directa e imediatamente na sua profunda ignorância mesclada com uma já normal antipatia pelas magistraturas.

Além de misturar magistratura judicial com magistratura do Mº Pº, metendo-as alegremente no mesmo pacote e ultrapassando à vol d'oiseau os detalhes que para ele serão pequenos (como o “pequeno” detalhe de os juízes serem titulares de um órgão de soberania e de os Procuradores o não serem), o indivíduo fala de sindicalismo judiciário como se ele equivalesse a greves de magistrados a torto e a direito, o que nunca aconteceu.

Esquece outro detalhe: se, por alguma hecatombe constitucional, os juízes fossem expressamente proibidos de constituírem sindicatos, rapidamente essa proibição seria contornada com a criação de uma ou mais “associações de juízes” com conteúdos insindicáveis pelo poder político; era o que se fazia antes do 25 de Abril de 1974, em que as mais diversas proibições eram contornadas com a criação de agremiações mais ou menos conhecidas que acabavam sempre por fazer aquilo que entendiam até ao dia em que fossem encerradas – para abrirem portas logo a seguir com outro nome, retomando o ciclo.

Qualquer papalvo conhecedor do Portugal pré-democrático sabe isto, que o sr. Raposo não parece saber.

Outra confusão do cavalheiro: como é possível os tribunais andarem tão malzinho, se os juízes são na sua esmagadora maioria bem classificados ?

Mas então o sr. Raposo pensa que os juízes esgotam o conjunto de poderes que se manifestam nos tribunais ?

O sr. Raposo não sabe que há leis excessivas e frequentemente contraditórias, que há advogados, que há todo um corpo de funcionários judiciais que nem sequer estão sujeitos ao poder hierárquico dos juízes, que há milhares de processos executivos que não andam nem andarão devido aos sucessivos e enormes erros legislativos cometidos pelos seus tão louvados políticos democraticamente eleitos ?

Não sabe: ele só sabe é que os juízes são razoavelmente bem classificados e os tribunais não funcionam bem, logo haverá aqui uma contradição insanável só explicável pelo inefável corporativismo da classe que ele, qual Catão justiceiro, submete ao látego da sua crítica rigorosa...

Este Raposo parece uma personagem de Eça de Queirós, um Dâmasozinho Salcede atento, venerador, obrigado e... burro que nem uma porta ondulada, mesclando a sua burrice com a ignorância, que anda normalmente de mãos dadas com a incompetência.

Não vou perder mais tempo com o Raposo.

José, tem toda a razão – a crónica deste cavalheiro é um atentado à inteligência e à cultura judiciária, cuja existência aliás, ele nem sequer pressente.

É um burro a dizer burrices que outros burros pensaram antes dele e nas quais só os burros acreditam.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

PGR investiga atrasos no Freeport

Como sempre, a actuar em função dos jornais e das TVs.
Há-de chegar longe, apesar da "boa imprensa".
Pinto Monteiro está farto de saber as causas dos atrasos e todas as contingências que rodearam a investigação do caso Freeport.
O inquérito ao inquérito que ordenou - uma investigação da investigação... - visa exclusivamente efeitos mediáticos e tal intenção não é sequer disfarçada.
É desagradável ver um juiz conselheiro a fazer estas figuras.
Mas claro, ele é que sabe as linhas com que se cose... se a dada altura já ninguém o respeitar ele decerto compreenderá porquê.

domingo, 22 de agosto de 2010

Fugir


Nos anos 50-60-70 do século passado as pessoas emigravam para o estrangeiro por diversas razões: para fugirem à miséria, para arranjar trabalho condigno, para não irem para a guerra.
Hoje há muitos portugueses, especialmente jovens qualificados, que se vão embora para se livrarem... do País.
Vão procurar lá fora as condições de vida socio-profissional que Portugal não lhes pode oferecer, pois o dinheiro esgota-se nos bolsos da classe política e respectivos amigos e pouco sobra para quem trabalha e investiga.
Têm razão: este sítio mal frequentado está cada vez mais irrespirável.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Fui de férias



... Mas mantenho um olhar atento sobre este pequeno mundo ruidoso e por vezes malcheiroso que faz o nosso dia a dia.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Interferências governamentais na justiça

(...)
Passos Coelho tem razão quando acusa o Governo de ter interferido na Justiça.
O Governo tem de explicar quais os imperiosos motivos que impeliam a continuação do vice-PGR, Mário Gomes Dias, após a data em que se deveria ter jubilado. Tem de indicar, com a prontidão que até agora ocultou, quais as razões tão impreteríveis que coagiam a alteração do próprio Estatuto do MP através de uma lei com um destinatário imediato e definido. E o Governo tem de confirmar se considera virtuoso, recto e avisado que esse mesmo magistrado, para o qual, pelos vistos, se movem montanhas políticas e legislativas, seja o autor da ordem de conclusão do inquérito ao caso Freeport para 25 de Julho, uma data que não cedeu sequer um mês aos investigadores para analisarem o relatório final da PJ (recebido a 21 de Junho), com 535 páginas, quando ainda aguardavam resposta a quatro cartas rogatórias, e, sobretudo, inutilizando a inquirição de José Sócrates, entre outros.
(...)
Carlos Abreu Amorim, Diário de Notícias

sábado, 14 de agosto de 2010

Isto não é um País



É um sítio mal frequentado.

Tirar o curso de Direito, andar a queimar as pestanas durante anos a fio, gastar o carcanhol paterno/materno em livros, sebentas, alojamento e tudo o mais que implica ir para uma universidade - para depois apanhar uma Ordem dos Advogados demagógica e popularucha que não se ensaia nada em mandar às malvas o esforço do jovem licenciado, é no mínimo o cúmulo do azar.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Notícias tecnológicas

Foi disponibilidade ontem o "upgrade" do Android 2.2 (também conhecido por "Froyo") da Optimus para o HTC Desire (perdoem o linguajar tecnológico, mas é a forma mais simples de o dizer).
A descarga do sistema operativo faz-se directamente no telemóvel e convém usar-se uma rede Wifi porque são cerca de 90 MB.
Após a descarga o próprio sistema se auto-instala sem qualquer intervenção do utilizador.
O único problema que detectei foi a desconfiguração dos serviços internet, coisa que se resolveu com uma chamada para os serviços técnicos da Vodafone que foram impecáveis - ensinaram-me a configurar manualmente o telemóvel, acompanhando passo a passo a operação.
Entretanto, para os que se interessam por estes temas, aqui vai o endereço da comunidade portuguesa do Android - http://www.androidpt.com/ .

sábado, 7 de agosto de 2010

Bicicleta tecnológica – o Android em duas rodas

Aproveitando as férias para ganhar boa forma, tenho feito muitos passeios de bicicleta.
Entretanto tinha comprado um “smartphone” equipado com o sistema Android e qual não foi o meu espanto quando descobri que o Android Market tem várias aplicações gratuitas que tornam o telefone num poderoso computador portátil para bicicletas...
Dois programinhas deixaram-me espantado: o Sportstracker e o Ridetrac.
Quer um quer outro registam o percurso feito em bicicleta, a velocidade média, as variadas velocidades atingidas durante a passeata, mostrando o mapa onde ela ocorreu com o trajecto marcado; o Sportstracker chega ao cúmulo de proporcionar o filme do trajecto, mostrando velocidades, paragens, direcções, um detalhe que nunca tinha visto.
Estes sistemas usam, claro, GPS, e estão baseados no Google Maps, indicando tudo o que se pretende com um detalhe impressionante – inclusive a perda de calorias calculada para cada saída na bicicleta, o que é importante para quem está a tentar perder algum peso.
Tudo ao alcance de uns quantos cliques e tudo rigorosamente gratuito !
Confesso que estou a ficar um adepto do Android.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Summertime

Vou para férias mas irei manter sempre que possível o contacto.
Para os leitores, os meus votos de excelentes férias com muitos banhos de sol e de mar.
E uma sugestão: não levem “isto” demasiado a sério – correm o risco de apanhar uma depressão e continua tudo por resolver.
Deixo-vos uma versão lindíssima do Summertime, por Ella Fitzgerald e Louis Amstrong.