quarta-feira, 28 de abril de 2010

O Mapa Desaparecido



É o novo livro de Heather Terrel, misto de romance histórico e de acção, que vem na esteira da já conhecida e apreciada Crisálida; em português o livro aparece com o título de O Mapa Desaparecido.
Impressionou-me a capacidade de pormenor na descrição de locais portugueses - Tomar, auto-estrada, estradas secundárias, Lisboa - que a autora exibe.
A história parte de uma premissa bastante polémica, a de uma expedição marítima chinesa ter dado a volta ao mundo e ter desenhado um mapa-mundi de uma exactidão impressionante mais de 50 anos antes de Bartolomeu Dias ter dobrado o Cabo e uns 40 anos antes de Vasco da Gama ter concretizado o caminho marítimo para a Índia.
Na verdade, sabemos por outras obras que os mapas marítimos eram altamente valiosos e raros na época do Infante D. Henrique, que na escola de Sagres conseguiu reunir os mapas mais evoluídos da época.
Uma história leve e engraçada, que se lê muito bem.

sábado, 24 de abril de 2010

24 de Abril

O mês de Abril não tem culpa.
O dia 24 ainda menos.
Mas o conceito de "24 de Abril" continua a ser sinistro - e por isso a data é, para mim, algo aziaga.
Caso para dizer: nunca mais é Domingo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Porto das Tormentas


Um livro de Florencia Bonelli, O Porto das Tormentas, deixa-me uma sensação contraditória.
Por um lado é um romance histórico que retrata uma época muito rica da actual Argentina, vendo-se claramente que a autora fez os seus trabalhos de casa e estudou a fundo a História do séc. 19 - para um português que goste de História, é interessante a descrição que Florencia Bonelli faz das relações entre Portugal, Brasil, Espanha, Inglaterra e França (estamos em vésperas das invasões napoleónicas e da mudança da Corte portuguesa para o Brasil).
Por outro lado, do ponto de vista romântico, o livro deixa um bocadito a desejar, parece um pouco primário e muito pouco sofisticado no que toca à apreciação dos sentimentos e das paixões humanas.
Mas admito que se calhar sou eu que sou complicado e a Autora é mais directa e mais rapidamente vai direita ao assunto.
Restam as curiosidades.
Sabem como se chamava Buenos Aires em 1806 ?
Cidade da Santísima Trinidad e Puerto de Santa Maria del Buen Ayre !
Por isso os seus habitantes se chamavam de "porteños".

Golpe de Estado

Este blog sofreu um golpe de estado, mais coisa, menos coisa.
Porém, não aconteceu nada de mais: fui eu que me fartei da vertente política do blog e resolvi liquidá-la, na sua maior parte.
Subsistem a vertente musical, a literatura, a gastronomia e em última análise, a cultura, que são ângulos que me dizem muito mais do que a política.
Talvez coloque aqui um texto de reflexão política, uma ou outra vez, mas isso será raro e muito esporádico, pois na verdade a política parece-me em geral cada vez menos interessante.
Ao mesmo tempo reparo que tenho falado pouquíssimo de música e de literatura, o que me aborrece, pois essas são duas das coisas mais interessantes que se possa imaginar.
Fica o depoimento – e as boas intenções.