sexta-feira, 22 de julho de 2011

Andar de bicicleta é como voar

Nas minhas deambulações pelas ciclo-pistas de Lisboa (nome inventado neste preciso momento para as pistas de bicicleta da capital) reparei que há muitos peões que caminham pelas ditas e se estão completamente “nas tintas” para os ciclistas.
Já é chato ter que aturar automóveis e peões por tudo o que é sítio.
Já é chato ter que evitar passeios quando há demasiados peões – e a alternativa é a selva da estrada em que passam carros a fazer “fininhos” à bike como que a querer pregar sustos e por vezes com resultados bem perigosos.
Agora ter de pedir licença “por favor” para se usar a bicicleta numa pista de bicicleta, já é um bocadinho demais.
Lembrei-me então que no Lisboa Cycle Chic havia bastantes cicloturistas com buzinas bem giras e apelativas, de maneira que ontem tirei-me de cuidados e fui ao Decathlon comprar umas coisas e no meio delas lá veio a buzina.
À tarde lá fui eu dar uma volta na minha fantástica bike – Av. do Brasil, Campo Grande, Telheiras, Cidade Universitária, e volta.
Quando vinha a subir a Av. do Brasil, parei no semáforo da Rua das Murtas e parou ao meu lado um jovem ciclista com bom ar, que meteu conversa a perguntar se a buzina era eficaz.
Por acaso não é: os peões estão-se nas tintas para as buzinas, mas estão atentos aos ruídos de travagem em duas rodas (aí, até saltam).
Lá subimos a avenida, conversando em amena cavaqueira – o jovem convidou-me para comparecer na próxima “Massa Crítica”, que é um evento cicloturista que aqui em Lisboa acontece todas as últimas Sextas-Feiras de cada mês, com concentração no Marquês de Pombal, e depois segue-se viagem pela cidade em magote.
Macacos me mordam se desta vez vou faltar, até já arranjei forma de alterar ligeiramente o meu projecto de fim de semana para não faltar.
A irmandade de urban bikers lisboetas está a crescer aceleradamente – aliás a sensação que tenho é a de que o fenómeno não é só em Lisboa, é um pouco por todo o País.
Vou passar a usar a bike para as minhas deslocações mais simples (ir às compras no bairro, por exemplo), como já faço há anos na minha aldeia do Litoral Alentejano.
É isso – como se diz no blog “Cenas a Pedal”, andar de bicicleta é como voar – a propósito, para quem se interessa por estas coisas, não percam a leitura de “The cyclist’s manifesto: the case for riding on two wheels instead of four“, de Robert Hurst.