domingo, 27 de setembro de 2009

Sistema politico-eleitoral

Percentagens e mandatos de deputados com as regras actuais (método de Hondt):
PS - 36,56% - 96 deputados
PSD - 29,09% - 78 deputados
CDS - 10,46% - 21 deputados
BE - 9,85% - 16 deputados
CDU - 7,88% - 15 deputados
Se existisse o regime de proporcionalidade pura, em que o nº de mandatos corresponde exactamente à percentagem da votação, os resultados seriam os seguintes:
PS - 84 deputados
PSD - 67 deputados
CDS - 24 deputados
BE - 23 deputados
CDU - 18 deputados
Os pequenos partidos elegeriam um total de 7 a 10 deputados - o MRPP, com 0,9%, por exemplo, teria direito a 2 deputados.
Seria seguramente uma radiografia politico-eleitoral do País muito mais rigorosa do que a que resulta do sistema actual.

Deixem-se de tretas !

Votar não é um dever, cívico, político ou ético.
Votar é um direito.
É um direito que os cidadãos poderão exercer ou não, consoante a sua perspectiva da coisa pública.
Podem entender que este sistema político está tão caduco que não se justifica perder tempo a ir a uma secção de voto.
Ou podem entender que apesar de tudo vale a pena.
Ao fim de mais de uma dezena de anos de abstenção, desta feita resolvi votar.
Exerci um direito.
Não cumpri qualquer ónus ou encargo, não fui obrigado a cumprir uma obrigação.
Era o que faltava !

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Abstenção-Branco-Nulo

Em tempos de eleições fala-se muito contra abstencionistas e/ou contra os votantes brancos/nulos.
Nada mais errado.
O que me parece evidente é que o sistema político e eleitoral não responde com eficácia a todas as preocupações do eleitor.
Por exemplo, há muitos eleitores que não tendo simpatia a favor de nenhum dos concorrentes e tendo mesmo antipatia por todos eles em proporções mais ou menos iguais, mas não querendo deixar de participar na festa da democracia que são as eleições, acabam por votar em branco; ora o nosso sistema não só não valoriza os votos brancos, como os atira para um canto sem lhes dar a menor relevância.
Há também a questão da proporcionalidade dos votos e dos mandatos.
Pouca gente consegue compreender porque é que um partido que, por hipótese, tem apenas 45% dos votos expressos, consegue obter 52% dos mandatos; creio que é a altura de colocar as cartas na mesa e defender que deve haver um sistema de proporcionalidade pura – x% de votação deverá equivaler aos mesmos x% de deputados.
Dir-me-ão que tal método (o método de Hondt) foi pensando para criar governos estáveis, mas não creio que essa seja uma objecção válida; é que o alibi dos governos estáveis favorece inevitavelmente os maiores partidos e desfavorece os menores (só para terem uma ideia, nas últimas legislativas, em 2005, o PS teve 45,03% de votantes e obteve 52,60% de mandatos de deputado; o Bloco de Esquerda obteve 6,35% dos votos do eleitorado, mas não foi além dos 3,40% em número de deputados); isto é uma enorme entorse da democracia.
As leis eleitorais não têm que se preocupar em garantir governos estáveis, têm é que ter como preocupação máxima a criação de um Parlamento que traduza com rigor e exactidão as opções dos cidadãos votantes.
Traduzindo tudo isso para linguagem comum, o meu voto vale bastante mais se votar num dos grandes partidos, vale muito menos se votar num pequeno partido e não vale nada se votar branco ou nulo.
Nesse quadro, a pura e simples abstenção – por não se aceitar um sistema tão injusto – pode ser a opção mais lúcida.
Nessa perspectiva, só por ignorância se poderão acusar os abstencionistas de serem pouco democráticos ou de se estarem a marimbar para o regime.
Deverão, sim, ser responsabilizados os arquitectos do sistema politico-eleitoral por deixarem fora da opção válida de voto uns milhares muito largos de cidadãos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Gatinha tecnológica


A minha gatinha é uma apaixonada das tecnologias.
Adora computadores, teclados, entradas USB - cabos e fios eléctricos é com ela.
Estou para ver o dia em que ela avança com a patinha uma mensagem no teclado de um qualquer dos computadores cá de casa, dando conta do seu pensamento felino.
Desta vez, apanhei-a a sondar o estojo do portátil.
Eu já tinha visto que volta e meia o portátil aparecia cheio de pêlo de gato, mas só agora descobri o iter criminis.
Ela já lá curtiu umas belas sonecas, pela certa.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Domingos Lopes

É uma pena.
O Domingos Lopes é boa pessoa.
Jerónimo de Sousa também parece um tipo civilizado.
40 anos de militância querem dizer alguma coisa.
40 anos de militância com uma saída ruidosa querem dizer seguramente muita coisa.
É uma pena.
É por estas e por outras que há muito deixei de votar PC - nunca aprendem com o passado.
Eu bem gostava de uma alternativa sólida, à esquerda.
Paciência.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Antipatia profunda

Por expressões que se vão tornando cada vez mais vazias:
Recessão técnica
Empate técnico
Já repararam que o qualificativo de "técnico" nesses contextos acaba por significar falta de rigor e grande margem de erro, ou seja, exactamente o contrário do que devia ?

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Telefonema imaginário de Sócrates a Zapatero

- Está, oye Zapito, como vás tú ?
- …
- Quiero saber quien fue la grandecissima bestia que se há lembrado de armar la bronca da TVI.
- ...
- Sé mucho bien que huviera pedido medidas contra la Guedes, pero, hoda-se, no era para ahora, durante la campaña electoral.
- …
- Coño, me hoderan completamiente la puta de la campaña, no vés ?
- ...
- Bon, mandáme esse hijo de puta cavar para las minas de las Asturias a ver se el no fás más mierda.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Debates e Música

Francamente, prefiro tocar a minha viola, no decurso dos debates dos políticos.

Ponho a TV no "mute" e vai de dedilhar.

Música por música, prefiro a minha.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Rentrée e Ri-antré

Alguns rapazes e meninas da TV resolveram dar uma de cultura e vai de falar à francesa, da "rentrée".
Bon, mais le problème é que não sabem dizer a pequena palavrinha française e vai de aportuguesá-la, falando com desenvoltura sobre a "ri-antré".
Aquelas alminhas ainda "há-dem" chegar ao céu, banhadas na sua natural candura.