quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Orçamento da raiva

Diz quem sabe (e explica porquê) que o Orçamento que Sócrates quer impor ao País foi feito com raiva e sobretudo com desleixo, significando com isto falta de cuidado.
Parece-me também que sim: num País que está a tentar reduzir despesas é inimaginável que os gabinetes ministeriais aumentam 15 e 20% o seu orçamento anual, é inimaginável que se cative uma verba de 300 milhões de euros para "publicidade", é inimaginável que se cativem milhões de euros para "seminários".
De onde ressalta uma conclusão: Sócrates pretende mesmo partir a corda, não está interessado em consensos e em qualquer acordo com o PSD ou com outro partido qualquer; quer eleições forçadas.
As reuniões havidas com o PSD para "tentar salvar o Orçamento" foram desde o início uma encenação - eles sabiam que as conversações iam falhar.
Tinha escrito antes que mais uma vez o PSD caiu na "esparrela" de acreditar na boa fé dessa gente, mas resolvi alterar o post.
De facto, o próprio PSD também não é flor que se cheire: pela mão de Cavaco Silva foi o grande obreiro das oportunidades perdidas dos anos oitenta do séc. passado, em que diariamente entravam milhões vindos da Europa, sem que o País se desenvolvesse coisa que se visse, para além de obras do betão - auto-estradas e o Centro Cultural de Belém.
Mas aquilo que o PSD fez não desculpa a derrocada despesista dos anos de Guterres e de Sócrates.
Culminar um consulado com um Orçamento feito à pressa, desleixado, descuidado, fortemente penalizante para quem já tem pouco e de enorme largueza despesista para quem já tem tanto (clientela partidária), é uma marca indelével que Sócrates deixará no País, como o pior Primeiro-Ministro que Portugal conheceu desde o 25 de Abril.

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