sábado, 9 de dezembro de 2006

Ah, la France !

Os dois últimos posts têm uma ligação.
Estou a reler Aquilino – “É a guerra” – onde ele explica exemplarmente como a corrente progressista/socialista francesa e europeia se deixou tomar pelo nacional patrioteirismo dos políticos de então.
Aquilino estava em Paris no Verão de 1914 e descreve com talento o avolumar da paranóia belicista, o início da guerra, as fanfarronadas de franceses e de alguns portugueses que pontificavam na diplomacia (um tal João Chagas, chefe da Legação portuguesa em Paris, é descrito como o protótipo do tipo medíocre alcandorado a um lugar importante na diplomacia à força de “cunhas”), as mentirolas constantes da propaganda, o realismo a tomar conta dos parisienses e o desânimo de ver os alemães a entrarem por França como por vinha vindimada, sem oposição à altura.
Foram decerto tempos muito conturbados – Jaurés tinha sido assassinado pouco tempo antes.
Brassens representa a herança progressista vazada em música e é um legítimo representante daquilo a que se convencionou chamar “la chanson française”.
(A suivre – se possível).

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