sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Nem "sim" nem "não", antes muito pelo contrário

Sempre me impressionou a paixão, a carga emocional que aparece invariavelmente nos debates sobre o aborto.
Sente-se que os partidários do “sim” odeiam os partidários do “não” e vice-versa - enfim, poderão não odiar-se formalmente, mas mostram uma enorme repulsa pelos do “outro lado”.
Não comungo das certezas de nenhum dos lados.
Tenho muita pena da mulher que decide abortar – é uma opção dramática desde logo para a própria mulher, provavelmente também o será para o seu parceiro e mesmo para a família alargada de ambos.
O aborto é uma desgraça.
Sinto-me razoavelmente enojado pela apropriação desse drama por parte das formações políticas, que friamente contabilizam o seu sucesso ou insucesso eleitoral em função dos números dessa desgraça.
No dia do referendo o mais provável é não ir votar – prefiro abster-me a dar um voto de confiança a quem explora dramas humanos como forma de fazer política.

2 comentários:

  1. E não quer deixar os votos lá cleopatra?'

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  2. Com certeza, vou já lá colocar os meus votos - só não coloquei antes porque não me pareceu especialmente relevante, mas se para si isso tem alguma importância, é para já !

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